domingo, fevereiro 09, 2014

Um mundo cheio de graça

Contrariedades existem todos os dias e quando menos esperamos, olha ela aí de novo. Elas pouco avisam quando chegam, não são como as grandes chuvas que se anunciam com a escuridão das nuvens e o barulho estridente dos trovões. Simplesmente chegam e invadem nossa alma, desmorona nossos sonhos. De nada adianta pensarmos que as coisas só acontecem com os outros. Às vezes esquecemos que somos os outros dos outros. Nosso mundo é o mesmo e nossos limites são iguais. Nossos problemas são idênticos, apenas mudam de endereços. Estamos todos e ao mesmo tempo sujeitos a todo tipo de incômodo e transtorno possíveis. Somos vítimas das mesmas catástrofes e por isso somos iguais mesmo que diferentes. Se os outros possuem em suas famílias hoje uma pessoa doente ou uma situação de desequilíbrio financeiro ou ainda, outro fato qualquer que os incomode em seus dia a dia, é preciso que todos tenham paciência com eles, porque amanhã, essa situação é invertida e nós passamos a ter em nossa família os mesmos problemas que antes eram somente dos outros. As inconveniências acontecem e se renovam diariamente, precisamos aceitá-las e resolvê-las de maneira coerente com nossas forças. Se não temos força necessária para resolver todas as propostas duvidosas que nos afligem, busquemos então na fé a energia que nos falta. Com certeza, resolveremos todas senão a maior parte das nossas dificuldades. Precisamos entender nossos caminhos mesmo que tortuosos. Nem sempre a forma de cumprirmos a nossa missão será por alamedas floridas e ensolaradas. Às vezes, pensamos o porquê de coisas estranhas que nos batem à porta sem questionar se podem ou não adentrar nosso mundo. Uma criança doente e em fase terminal, que significado tem para os que são seus diretos responsáveis? Um erro do passado? Não acredito nessa hipótese. Um desleixo do Criador? Também não. O Criador não interfere no corpo físico dos filhos que Ele autorizou nascer. Sua matéria prima é a alma de cada um e nunca o seu corpo. É difícil aceitar o sofrimento e a dor, mas a complacência é um grande passo para melhor suportá-los e vencê-los. A oração é arma poderosa na solução dos problemas porque é de sua prática que nos chega a luz do conhecimento. Quando oramos nos aproximamos de Deus. Orar não é submeter-se ao poder de uma entidade religiosa qualquer e muito menos ao subjugo de seus dirigentes. Orar não é render-se a nada. Orar é simplesmente articular palavras num ato religioso que visa ativar uma ligação, um agradecimento, uma manifestação de reconhecimento diante de um ser transcendente e divino. Quando tudo nos parecer perdido, a oração é lenitiva para os nossos problemas. Quando oramos antecipamos nosso futuro, esse intocável momento de fabricar sonhos. Aceitemos nossos fardos não como castigo, mas como lições de vida e aprendizagem. Sabemos que não os carregamos sozinhos. Estejamos prontos para receber e aceitar o que precisamos para vencer todo e qualquer obstáculo que a vida nos impõe. Mesmo que não entendamos, por vezes, o porquê do peso dos fardos ser tão diferentes entre pessoas iguais. Nesta semana Deus me presenteou a Laura, uma menina que veio ao mundo prematuramente. Com isso, lembrei-me que todos os dias as promessas se cumprem e o Criador nos colocou nas mãos uma nova esperança e um mundo cheio de graça.