terça-feira, dezembro 24, 2013

Desejos no Natal

Neste Natal, eu quero ver nas pessoas a vida, não quero gente sofrida e nem famílias divididas; Neste Natal, eu quero Cristo ressuscitado, não quero vê-Lo crucificado, eu quero das pessoas os sonhos realizados; Neste Natal, eu quero ter na justiça a crença, não quero que a mentira vença, eu quero uma verdade em cada sentença; Neste Natal, eu quero criança com vida, não quero a juventude perdida, pela droga, fumo ou pela bebida; Neste Natal, eu quero a escola ensinando, não quero o professor enganando, eu quero o responsável educando; Neste Natal, eu quero de férias o crime, não quero ver luxo em vitrine, eu quero uma paz mais sublime. Neste Natal, eu quero presença na casa do sofredor, não quero discurso enganador, eu quero que na casa do necessitado esteja presente o padre, o bispo ou o pastor; Neste Natal, eu quero ver um mundo novo, quero o pregador sentado à mesa do pobre, comendo com ele: arroz, feijão e ovo; Neste Natal, eu quero o ancião mais amado, não quero o asilo lotado, eu quero o idoso respeitado; Neste Natal, eu quero a honestidade valendo, não quero a corrupção se estendendo, eu quero ver a justiça vencendo; Neste Natal, eu quero notícia boa em jornal, não quero movimento em hospital, quero o bem e não quero o mal; Neste Natal, eu quero dos governantes a honestidade, não quero a tirania da falsidade, quero a presença da responsabilidade; Neste Natal, eu quero na vida a igualdade, não quero da tristeza saudade, eu quero do homem a lealdade; Neste Natal, eu quero o trânsito respeitado, não quero desastre consumado, eu quero o responsável apenado; Neste Natal, quero o valor do recuperado, não quero ninguém marginalizado, eu quero para todos emprego oficializado; Neste Natal, eu quero a promessa cumprida, não quero a desculpa servida, eu quero a seriedade prometida; Neste Natal, quero na mesa alimento sobrando, não quero na mesa alimento faltando, eu quero as pessoas verdadeiramente se amando. Neste Natal, eu quero nascer de novo, você também precisa nascer de novo, o mundo precisa nascer de novo, só assim chegaremos à tão sonhada felicidade de um povo.

A todos os formandos

Espera-se que a educação por todos recebida na escola onde estudam tão somente engrandeça aquela que vem do berço, porque cada um de vocês é uma caixa de ressonância das expectativas da sociedade. Por isso, a glória que receberam vem totalmente encharcada de responsabilidades. A vida é um jogo e todos estão dentro dele. Caros formandos de todas as profissões, o sucesso não qualifica você melhor que o outro, apenas te põe ao lado dos vencedores. O crescimento será sempre opção sua. Nós não paramos de jogar porque ficamos velhos; nós nos tornamos velhos porque paramos de jogar. A tarefa que vos aguarda na profissão que buscou é intensa. A nação brasileira é riquíssima, mas ainda a maioria morre de fome e a minoria morre de medo. O caos político tem gerado queda generalizada no padrão de vida do brasileiro. A informação dos governos não é essa, mas essa é a verdade. Os pobres vivem como bichos, e uma elite brega, sem cultura e sem refinamento, não consegue viver como gente. Mundo às escondidas não existe mais. A informação veste hoje o homem de amanhã e não há mais interior ou sertão entre os povos. De qualquer lugar do planeta, graças à evolução do saber é possível enxergar o mundo. O comércio eletrônico e a facilidade da logística levam as empresas a dominar os mercados do mundo todo. Não estamos mais competindo somente com brasileiros, competimos com o resto do mundo e em todos os sentidos. Se não fizermos um grande esforço para acompanhar a mudança, viraremos fósseis num passe de mágica. O grande desafio para as empresas está no seu patrimônio humano, que passou a ser um grande diferencial dos negócios nos dias de hoje. O processo de gestão não faz nada nascer grande, tampouco oferece grandes coisas, do contrário, só começa com coisas pequenas todos os dias, que com bom senso faremos delas grandes realizações. Nenhum colaborador sozinho de qualquer companhia será tão bom como quando todos estiverem juntos. Saibam vocês, que quando tiverdes todas as respostas, a vida num passe de mágica, mudará todas as perguntas. Por isso, a tarefa de aprender será sempre ilimitada. Não pautem suas vidas, nem suas carreiras, somente pelo dinheiro. Persigam fazer o melhor. Sejam fascinados pelo realizar, que o fator econômico virá como consequência. Quem pensa só em dinheiro não consegue nem sequer ser um grande bandido. A satisfação que desfrutam agora e a alegria que envolveu suas famílias apagam todas as dificuldades vividas nesses tempos de estudos e sacrifícios. Faça, erre, tente, falhe, lute, mas não jogue fora a extraordinária oportunidade de ter lutado. Você é terra preparada, só falta cair a semente. Tenha consciência de que todo ser humano foi feito para fazer história. Que toda criatura é um milagre e traz em si uma revolução. Você foi criado, para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, caminhar sempre, com invólucros de interrogações numa das mãos e uma caixa de possibilidades na outra.

Mandela - orgulho de todas as raças

Você já conheceu um anjo ao vivo? Eu nunca tive essa felicidade. Olhos que veem anjos são olhos especiais, isso só é graça de deuses e não são todos que possuem essa santa habilidade. Mas eu gostaria muito de poder vê-los. Mas a virtude perceptiva, às vezes, me dá o poder de reconhecer, mesmo não vendo esses seres espirituais que segundo algumas religiões servem de mensageiros divinos, esse ser cordato e bondoso que pratica atos de pura humanização. Esta semana um deles arregimentou seus pertences e partiu para o Olimpo, local onde moram outros anjos de mesma conduta. Claro que estamos falando do fenômeno da coragem e da fé, Rolihlahla Mandela. Um tesouro perdido como bem disse uma expressiva autoridade política dos Estados Unidos. Nascido no dia l8 de julho de 1918 em Cabo Oriental na África do Sul, apelidado de Nelson pelos ingleses. Fundador da Liga Jovem do Congresso Nacional Africano e processado em 1952 de acordo com a Lei da Supressão do Comunismo, do governo apartheid sul-africano. O apartheid na língua sul-africana significa ‘vidas separadas’, regime segregacionista que negava aos negros os direitos sociais, econômicos e políticos. Embora a maioria da população fosse constituída de negros, a segregação vinha se mantendo na África do Sul desde o século 17, época em que a região foi colonizada por ingleses e holandeses. O governo era controlado pelos brancos, que criavam leis e governavam apenas para seus interesses. Ainda estudante de Direito, Mandela começou sua luta contra o regime do apartheid. Em 1962 deixa seu país e recebe treinamento militar em Marrocos e na Etiópia. De volta a sua terra, África do Sul, foi preso e condenado a 5 anos por incitar revoltas. No cumprimento de sua sentença foi novamente acusado de conspiração e condenado à prisão perpétua. Dia 11 de fevereiro de 1990 foi libertado. Em 1993 ganhou o tão importante Prêmio Nobel da Paz. No ano de 1994 vota pela primeira vez na vida e toma posse como primeiro ministro negro da África do Sul. Em 2006 recebe o prêmio dos Direitos Humanos da Anistia Internacional. Nesta semana, aos 95 anos morre em Johannesburgo essa ímpar criatura que lutou contra os ingleses por toda sua vida pelos direitos negados ao povo da raça negra. Foi o anjo da guarda da comunidade negra. Mandela foi um guerreiro na luta pela liberdade e o representante principal do movimento antiapartheid, tornando-se um homem do povo e um líder político na melhor expressão da palavra, mas isso lhe dava também a pecha de terrorista pelo governo sul-africano. Quando ainda eu era menino, recordo-me com perfeição, a minha professora em sala de aula pediu para que eu fizesse uma narração. Naquela época eu pouco entendia sobre o que ia fazer, mas o tempo me ensinou seu verdadeiro significado. Narrar é o processo que resulta falar ou escrever uma história real ou fictícia. É um comentário que explica ou discerne imagens ou acontecimentos presentes em obra de natureza documentária ou de ficção. Pois então, ela colocou pendurado ao quadro negro uma folhinha bastante comovente em que um menino e uma menina, irmãozinhos, pés descalços, pelas trilhas da floresta, sem nenhuma companhia, propunham-se a atravessar uma frágil pinguela sobre um abismo com toda facilidade para cair. Mas não havia razões para temer porque eram protegidas por um anjo de beleza incomparável, de brancas e enormes asas. Com essas imagens em paredes de casa, os pais poderiam dormir tranquilos porque estava lá um Anjo da Guarda a proteger as crianças por todo o tempo. Pois é, foi exatamente isso que fez por toda sua vida Nelson Mandela com o seu admirável povo negro. Protegeu-os e os salvou das garras desumanizadas do preconceito. Que Deus o tenha.

segunda-feira, dezembro 02, 2013

Saudade é o amor que fica quando a gente não está mais aqui

Se quiséssemos definir a palavra saudade diríamos que é uma ponte que traz o passado de volta. É uma manifestação do coração pedindo à mente que traga de novo uma imagem arquivada no tempo. A saudade nos leva ao antes e nos devolve momentos de prazer parados em algum lugar do passado, aguardando o exato instante que a memória lhes traga de volta. Ela não nos traz momentos tristes, porque isso não é de sua competência. Quem nos traz momentos de angústia é a lembrança, mas essa a gente põe para dormir. Felizmente são poucos esses instantes. A mente, em benefício da alma, procura apagar os momentos de inconveniência difíceis de esquecer, mas nem por isso deixam de ser apagados. E como é difícil relembrar coisas tristes. O ente perdido, o amigo distante, a doença imprevista, a separação inesperada, não são coisas fáceis de olvidar. O vocábulo saudade tem uma singularidade: é praticamente utilizado somente na língua portuguesa, não tendo tradução para nenhuma outra língua. Dizem os estudiosos que ele nasceu no período dos descobrimentos e definia a solidão que os portugueses sentiam quando estavam no Brasil, de sua terra e dos seus familiares. Aqui, eles eram atacados por um estado melancólico profundo por se sentirem sós e tão distantes. Quando a saudade chega é porque o tempo já se foi, deixando um sentimento muito grande de pessoas ou coisas que nos fizeram feliz. A saudade ocupa um espaço vazio dentro de cada um, simbolizando ausência de alguma coisa e da intensa vontade de revivê-la. A vida, esse presente divino não desperdiçável, é uma fábrica de momentos que envelhecem aos poucos e se transformam em produtos rotulados e embalados com a marca saudade. Como é bom sentir saudades. Quanta vontade eu sinto de reviver as minhas primeiras palavras, os meus primeiros passos, o meu primeiro brinquedo, meu primeiro dia de aula e da vez primeira que entendi o significado de pai e mãe. Essas criaturas indecifráveis que nos acompanham desde o nascimento até que a própria vida termine. Uma menina de apenas 11 anos de idade, em fase terminal de câncer respondeu quando seu médico lhe perguntou “qual a definição de saudade?”. - “Saudade é o amor que fica quando a gente não está mais aqui”.

A palavra certa

O vocábulo “não”, advérbio, significa uma negativa. Quem diz não, manifesta sua vontade a quem o ouve sobre o não querer alguma coisa ou não estar disposto a aceitar alguma condição. Vezes sim, vezes não, esse monossilábico nos alegra muito pela certeza que temos de não aceitarmos o que não queremos e nem por isso nos deixa de entristecer por algumas vezes. O som dessa palavra é muito parecido nos mais diversos idiomas. Com certeza, é um vocábulo milenar que traduz a mesma vontade. É uma palavra forte que às vezes nos leva a lágrimas, mesmo quando nem precisamos pronunciá-la, basta que balancemos a cabeça em sentidos laterais. A sua pronúncia expõe questões que nos faz refletir as múltiplas faces da palavra, atributo humano por excelência e recurso que se aprende e se aprimora ao longo da vida. Observe o texto bíblico: “A caridade não tem inveja e não é orgulhosa. Não é arrogante. Não é escandalosa. Não busca os seus próprios interesses. Não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça”. Esse texto explicita uma das mil faces do vocábulo “não”. Percebe você que as afirmações desse ‘não’ nunca ultrapassa os limites do inconveniente contrariando o sim que milenarmente tem a função do desejável e do melhor. Em algumas ocasiões a palavra ‘não’ acaba por ficar contida na garganta por determinado tempo e com ela sufocamos a ternura, a paciência, o riso e o encanto. Durante nossas vidas, por infindas oportunidades acabamos por pronunciá-la demasiadamente, dia após dia, quase todas as horas, não imaginando seus reflexos e seus desagravos com quem nos ouve. Dificilmente levamos em conta que o sim em lugar do não poderia ser motivo da aproximação de um novo amigo. Vez por outra, recusamos. A palavra, seja qual for, precisa ter valor. Não, não significa um simples conjunto de sons ou caracteres. Toda palavra dita precisa traduzir sentimentos positivistas que agrade aos outros, por isso é preciso refletir muito quando se fala aquilo que está preso na garganta esperando o momento certo de sair. Todos nós possuímos assim uma palavra escondida. A minha palavra guardada é o “sim”, mas confesso que numa ocasião eu disse “não” quando eu poderia ter dito sim. Uma pessoa que durante uma relação de trabalho me disse ‘não’ quando deveria ter dito ‘sim’, me magoou muito. Esperei o tempo passar para que eu pudesse refletir os fatos. O tempo passou e a oportunidade chegou. Num encontro casual do cotidiano, quando essa pessoa me viu, perguntou: - posso falar com você? Com certeza queria justificar o injustificável. Eu disse ‘não’, devolvendo-lhe o presente guardado na garganta a sete chaves. Não me contive, era o momento exato de devolver-lhe a mesma palavra, embora o meu coração me pedisse “sim”. Seja qual momento for, quando chega a hora exata, a palavra antes não dita, se torna a palavra certa.

De portas abertas

Nos meus tempos de criança as coisas me pareciam mais justas. Não que hoje não tenha coisas justas. Mas agora me parece um pouco diferente. Recordo-me que quando passava frente a qualquer tipo de templo religioso ele se mantinha de portas abertas dia e noite. Como é triste ver hoje que as portas das igrejas não estão abertas o tempo todo. Fecham-se as portas, fecham-se as graças. Será que pessoas fariam algo inconveniente dentro dos templos? Será que alguém inescrupulosamente levaria objetos de valor de dentro deles? Até pode ser que isso aconteça. Os templos se restringem a pedras, madeiras e alguns com imagens. Duvido que alguém se atrevesse a levar um banco de encosto ou uma imagem para sua casa! Exceto os excêntricos e os lunáticos. Mas, é certo que de um povo não esclarecido tudo pode acontecer. Objetos de valor necessitam ser guardados em lugares apropriados onde curiosos e inconsequentes deles não se apoderem. Será que a Igreja de portas fechadas foi a sonhada por Cristo? Não creio. A Sua Igreja não tinha portas. Era ao ar livre e as pedras que tinham serviam de bancos, onde as pessoas se aglomeravam para ouvir a santa palavra. Mas eu não consigo admitir também que essas pessoas deficientes e portadoras de todo tipo de delinquência não sejam filhos de Deus. Somos culpados pelo tipo de educação recebido por elas. Desperdiçávamos o dinheiro em favor do luxo e da ousadia enquanto essas crianças tornavam-se adultos. A sociedade culta é responsável pela delinquência distribuída de portas fechadas. As Igrejas (todas) arrecadam dízimos e doações, portanto devem criar mecanismos para que seus templos jamais cerrem as suas portas. As repartições públicas têm policiamento de guarda. Por que as Igrejas também não o possuem? Aliás, Igreja que se propõe a fazer caridade deveria ser construída sem portas, assim não teria o direito de não acolher na hora que realmente precisa o desafortunado. Mas não é só a Igreja que precisa deixar suas portas abertas não. As pessoas de forma geral precisam aprender a deixar seus corações abertos aos que dele precisam. Não há neste mundo nenhum coração tão perfeito que não necessite de impulsos para continuar batendo. De portas abertas é preciso não deixar que os olhos se fechem contra a bárbara exploração de menores, de imigrantes sem papéis de trabalho e explorados à margem de toda legislação. Nem mesmo a tão aclamada justiça se pressupõe aberta, por vezes vendida de olhos esbugalhados face à obediência de poderes, deixando claro seu não cumprimento do papel digno para o qual foi criada. Que deixe também suas portas abertas para quem dela necessite sem determinação de hora e lugar. Por que você perde seu bom humor, quanto te faço um questionamento, perguntou o pai a sua pequena filha, que chegava 15 minutos mais tarde da hora marcada para o jantar. Sua mãe tentava acalmar o nervoso pai enquanto pedia explicações sobre o que tinha acontecido. A menina respondeu que tinha parado para ajudar sua amiguinha, porque ela tinha levado um tombo e sua bicicleta tinha se quebrado. - E desde quando você sabe consertar bicicletas? – perguntou a mãe. - Eu não sei consertar bicicletas! – Disse a menina. - Eu só parei para ajudá-la a chorar. Poucos sabem consertar bicicletas. Mas quando nossos amigos caem e quebram, não as suas bicicletas, mas suas vidas, talvez poucas vezes tenhamos a capacidade de ajudá-los a consertá-las. Mas como a menina, nós podemos parar para ajudá-los a chorar, se isso é o melhor que nós podemos fazer. E isso significa que nossas portas estão abertas a quem delas precisem, em qualquer lugar e a qualquer hora. Pouco mais que isso será preciso.