sábado, setembro 28, 2013

Fazer a diferença

Muitas pessoas costumam fazer a diferença na vida dos outros. Acho isso uma dignidade. È muito importante quando a gente tem amigos que pensam assim. Não nos basta ser mais um, aliás, se todos entendessem a diferença de ‘ser um’ e de ser ‘mais um’ imagino que entenderiam tudo. Quem não tem amigos que fazem a diferença em sua vida? Se fizermos um pequeno esforço creio que vamos lembrar-nos de muitos deles. Li uma ocasião que “a diferença entre o sábio e o ignorante não é a questão de quem sabe mais, mas sim quem se dispõe a aprender sem vergonha de ser aprendiz”. Achei isto bastante significativo. Em qualquer área de convivência encontraremos aqueles que nos fazem a diferença. O homem público e honesto, por exemplo, faz a grande diferença na vida de toda a sociedade, seja neste país ou em outro qualquer. Ele não pratica o egoísmo, essa tendência presente nos seres humanos de levar em conta exclusivamente os próprios interesses em detrimento do cumprimento dos deveres morais para com os outros, quando se propõe a realizar algo diferente. Ele o faz pensando na sociedade como um todo e é claro que são poucos, mas esse pouco faz a diferença. Se fizermos uma analogia entre uma crise no governo e uma crise renal, vamos notar claramente que nesta última um chá de quebra-pedra pode resolver tudo, naquela, só um transplante de ministros. Na vida acadêmica, pela enormidade de pessoas que lidamos todos os anos, sempre tivemos alunos que fizeram a diferença em nossas vidas, outros, ainda continuam fazendo. Todos os dias, felizmente, os alunos me surpreendem com suas atitudes e seus projetos de vida. Ainda esta semana uma aluna me procurou para que eu a acompanhasse numa pesquisa para participação em concurso de prêmios. No nosso diálogo tentei mostrar a ela que sua atitude muito nos honra e nos deixa feliz, mesmo porque nossa participação nesse tipo de atividade já é um prêmio, tanto para ela quanto para mim. Aceitei de pronto e vamos realizar essa tarefa a dois. Com toda certeza faremos a diferença um ao outro. Recordo-me quando comecei minha vida acadêmica, numa noite em um final de semestre bastante cansativo, distribui todas as folhas de provas para que os alunos as realizassem. Como é de praxe, nessas circunstâncias, o professor sempre faz comentários sobre o conteúdo questionado na avaliação. Isso tranquiliza o aluno e o deixa distante de qualquer tipo de inconveniência. Assim que entreguei as provas, um dos alunos, sentado a minha direita na fileira da porta, mais precisamente na quarta carteira, levantou a mão e me questionou uma das perguntas. Fui até onde estava esse aluno e respondi que sua indagação tinha resposta no verso da folha. Em ato imediato levei a mão para mostrar a ele o verso da prova porque ali estava a resposta da sua pergunta. Ele, instintivamente, colocou sua mão sobre a prova impedindo que eu o fizesse. Em seguida lhe pedi que me deixasse mostrar a resposta do outro lado da folha. Ele se recusou a virá-la quando percebi que sua fisionomia aparentava preocupação excessiva. Forcei o ato e constatei que debaixo da folha havia um papel com alguns escritos. Notei tratar-se de uma ‘cola’, como se diz no palavreado estudantil. Educadamente retirei a folha de prova de sua mão e solicitei sua saída da sala. Voltei para os demais e, como se nada tivesse acontecido, esclareci todo tipo de dúvidas. Mas eu continuava observava a perplexidade do aluno ainda na carteira. Parecia que ele não acreditava naquilo que havia acontecido. Olhei mais uma vez para seu rosto e em tom baixo para não expô-lo ao ridículo lhe falei que poderia retirar-se. Mas ele continuava parado, sem nenhuma resposta. Resolvei fazer diferente. Peguei novamente a prova e fui até sua carteira e lhe disse: faça a prova. Nem é preciso dizer da humildade e da satisfação que tomou conta dele naquele instante. Realizou a prova e esperou que todos saíssem sala. Olhou para meu rosto e disse: Professor me desculpe. Nunca mais na vida farei isso novamente. O senhor me deu uma lição que eu nunca havia recebido em casa. É a vida, respondi. Pois então, para esse aluno, creio ter feito uma grande diferença.

terça-feira, setembro 17, 2013

Punição desnecessária e inconsequente

Veja só. Sérgio Porto sob a alcunha de Stanislaw Ponte Preta teria dito que o impossível acontece. E acontece mesmo. Mas, por instantes a gente não acredita. Todo mundo sabe que a posição da nação brasileira não é lá grande coisa quando se fala em primeiro mundo. Oitavo mundo tem me parecido mais racional. Vou te contar um fato deplorável. A fim de pegar umas fotos que mandei revelar aqui na minha cidade acabei por estacionar meu carro numa oportuna vaga a sol aberto. Ao sair do estabelecimento adentrei ao carro para minha rotineira viagem de trabalho, mas confesso que foi um sufoco perceber a temperatura dentro do veículo naquele instante. O calor de dentro dele quase derreteu um chocolate prestígio que estava no seu interior. Claro que todo mundo sabe o tamanho desse chocolate e o sabor delicioso que tem. Mas, ainda, isso não é o fato mais interessante. No quilômetro 468 da Rodovia Euclides da Cunha resolvi abocanhar a guloseima quase derretida. Apanhei o invólucro e com os dentes perfurei uma de suas extremidades. Apertando o conteúdo de baixo para cima o saboreei deliciosamente. Como a embalagem ficou vazia e bastante úmida pelo chocolate derretido, ao invés de colocá-la no saquinho do lixo preso ao câmbio, abaixei o vidro da porta do meu lado e suavemente me desfiz do pequeno papel no quilômetro 469. Note que uma embalagem de prestígio aberta apenas numa das extremidades, não mede mais que 10 centímetros de comprimento por 2 centímetros de largura. Foi esse o delito que pratiquei. Entretanto, atrás do meu veículo na mesma direção a que eu me dirigia outro veículo seguia com três policiais rodoviários dentro. Observei que essa viatura me insinuava com seus faróis para que eu parasse e os atendesse. Foi isso que fiz. Dei o sinal de alteração do trajeto, liguei o pisca intermitente e parei para atendê-los. Um policial rodoviário mostrando-se bem humorado, mas de fato não era o que aparentava se dirigiu ao meu veículo e exigiu os documentos do carro e minha carteira de habilitação, que com certeza é mais velha que ele. Momento seguinte o policial me disse que teria de fazer um auto de infração porque eu havia infringido a lei atirando um objeto para fora do veículo. Fiquei extremamente indignado, não conseguia acreditar que essas palavras partiam de um comandante da Polícia Rodoviária. Mas naquele momento me contive e raciocinei que algumas criaturas quando assumem posição de comando com menos de cinco anos ainda pouco entendem o que é realmente comandar uma equipe sem macular o respeito à sociedade. Raros são aqueles que não tentam mostrar o poder pelo lado inverso. Melhor seria se conhecessem os limites da decência e do equilíbrio. Perguntei a ele, mas o senhor vai me aplicar uma penalidade por eu atirar uma embalagem de chocolate prestígio pelo vidro do carro? Sua advertência verbal, com certeza, seria mais eficaz dado a vergonha que eu sentiria do ato impensado que pratiquei. Sim, isso mesmo, disse ele. Nós cumprimos a lei e quem faz a lei são os políticos, se o senhor tivesse olhado para trás talvez não atirasse o papel, retrucou ele, insinuando que se eles não estivessem logo atrás eu poderia ter praticado o ato indesejável. O senhor acha justo isso, perguntei? Ele meneou a cabeça num movimento de extrema dúvida e nada respondeu. Talvez se sentisse arrependido ou envergonhado de penalizar por tão pouco um profissional deste país que se dirige ao trabalho e que acertadamente contribui para aumentar as Receitas do Estado destinadas a pagamentos salariais de seus funcionários. Não tendo a coragem de registrar o fato, mandou que um de seus comandados o fizesse. Num gesto de humildade seu comandado cumpriu as ordens. Contudo, me parecia que o policial rodoviário que lavrava o auto não o fazia de forma agradável. Naquele momento eu imaginei que ele também discordava do registro que realizava. O terceiro acompanhante se distanciou mais ainda, talvez por nunca presenciar em sua digna carreira ato tão deplorável. Mas sob a prepotência do superior cumpriam-se ordens regimentais. Entretanto, o fato será capaz de colocar 4 pontos na carteira de quem quer que se atreva a jogar pela estrada um minúsculo invólucro vazio de chocolate. Enquanto isso, vamos assistindo em redes televisivas cidadãos fazendo barbaridades em zigue-zagues nas estradas deste país, com veículos trucados e de grande porte, colocando em risco sua própria vida, a vida das famílias que passeiam e a dos trabalhadores que como eu atiram pela janela do carro uma embalagem de não mais de 20 centímetros quadrados. Pelos policiais estarem ‘ocupados’ autuando pessoas que atiram palitos de sorvete ou embalagens de chocolates nas rodovias, possivelmente os fiscalizadores da ordem no trânsito não estarão nesses locais em que as atrocidades realmente acontecem. Assim que deixei o local enquanto obedecia aos 80 quilômetros horários, a viatura policial me ultrapassou a mais de 110 quilômetros por hora, velocidade não permitida para o local. Ao me ultrapassarem um dos ocupantes colocou o braço para fora do seu veículo e me fez acenos de despedida. Mais uma vez, indignado com o ato inoportuno, fui até ao próximo retorno e voltei para o local da infração. Encontrei o invólucro do chocolate do qual registrei algumas fotos ainda no acostamento da rodovia. Senhor comandante, não será com esse tipo de atitude que o senhor vai mostrar aos comandados e à sociedade que te paga, a qualidade de serviços que o povo espera. A Corporação da Polícia Rodoviária é digna e merecedora de todo respeito da sociedade brasileira, quem não sabe disso? Por favor, evite escurecer essa imagem. Seu comportamento foi inadequado dado a irrelevância do acontecimento. Se na escola os professores se comportarem com seus filhos da forma de seu exemplo, com certeza teríamos no futuro uma sociedade totalmente despreparada. Fiquei indignado com sua atitude de ‘homem da lei’ e quando assinei a sua imposição de penalidade tive a deprimente sensação e vergonha de imaginar se vale a pena dizer patrioticamente que sou brasileiro.

domingo, setembro 08, 2013

Civismo à beira da morte

Quanta saudade me dá dos tempos em que o civismo estava impregnado nas crianças, nos jovens, nos adultos e naqueles que o tempo havia embranquecidos os cabelos. Que tristeza eu sinto de não ver desfilando nas ruas da cidade as brilhantes fanfarras disputando o alegre espaço com as pessoas. Creio que em algumas cidades isso ainda existe. Algumas fanfarras desfilavam com meninas lindamente vestidas com o bastão todo dourado entrelaçado nos dedos, transportado de uma das mãos para outra, com uma habilidade circense. Recebiam aplausos de todo mundo, a cada pedaço de chão caminhado lá vinham as palmas novamente, principalmente de sua família que se postava num lugar estratégico para uma seção de fotos e filmagens. As crianças das escolas públicas e particulares desfilavam ao som das cornetas e dos zabumbas que batiam no mesmo compasso do coração de cada um. Isso eram os festejos e a comemoração da tão grande sonhada liberdade obtida em 7 de setembro de l.822. A Independência do Brasil é um dos fatos históricos mais importantes de nosso país, pois marca o fim do domínio português e a conquista da autonomia política. Muitas tentativas anteriores ocorreram e muitas pessoas morreram na luta por este ideal. Tiradentes foi executado pela coroa portuguesa por defender a liberdade de nosso país, durante o processo da Inconfidência Mineira. Foi nesse dia que quebramos as correntes que tanto nos prendeu e nos machucou. Sabemos que a independência econômica ficou para depois, mas será uma questão de tempo. Ninguém se lembra mais disso? Por onde anda a memória de nossa gente? Onde estão os protagonizadores dos atos cívicos? Onde estão os dirigentes de escolas que tinham o dever cívico de incutir nas crianças o amor e a dedicação à Pátria? Onde estarão os mandantes de toda ordem neste dia em que as escolas deveriam realizar festejos em praça pública? Divertindo em particularidades? Comendo peixe frito em pesque-pagues da vida? Ah... Que pena que todos perderam a sensibilidade cívica. Abandonaram esse ritual digno por causa dos parcos salários? Isso não é motivo. Civilidade se pratica de graça e sem interesse econômico. Civilidade é o coração falando e não o cérebro fazendo contas de lucro ou prejuízo. Onde está toda a classe política que tem obrigação de incentivar e de criar condições econômicas e logísticas para que isso aconteça? Em que lugar da cidade está a banda apresentando o Hino Nacional com bandeiras hasteadas balançando ao vento ao som do instrumental? Os grandes personagens que fizeram deste país um lugar livre devem estar virados de bruços em suas lápides de vergonha pelos sucessores de sua Pátria agirem de forma tão escabrosa e sem nenhum esmero cívico. É uma vergonha mesmo. Neste dia tão significativo para todos os brasileiros lermos nas páginas deste informativo que “a programação cívica alusiva a 7 de setembro a gente fica devendo. É que não vai ter nada mesmo”. Imagino eu, que o patriotismo tão acirrado pelos brasileiros do passado, mudou-se para outro país. Não porque talvez lá possa ser melhor para se viver, acho que foi pura vergonha mesmo. Eu duvido que na maioria das escolas comentou-se com os alunos o Hino da Independência. Triste não? Observe o significado da primeira estrofe: ”Já podeis da Pátria filhos, (os filhos da Pátria podem), Ver contente a mãe gentil, (vê-la contente), Já raiou a liberdade (o País está livre de), No horizonte do Brasil (livre de Portugal)”.

sábado, setembro 07, 2013

Ainda é tempo de ser outro

Já ultrapassamos mais de um décimo do século 21. Estamos vivendo a modernidade propriamente dita. Ninguém tem conseguido acompanhar inovações da informática. Parece incrível isso. Cientista afirmando cada vez mais novas descobertas sobre o universo. Afirmam a existência de outros mundos e a possibilidade de água neles e de outras civilizações. Conhecedores da ciência se ‘atrevem’ a falar que objetos encontrados ultrapassam a casa de milhões de anos. Fósseis descobertos informam seres viventes de outrora, inimagináveis. É um novo tempo, sem dúvida. O que continua estranho e pouco promete mudança é a maioria das criaturas humanas mesmo. Será que existe uma força contrária a isso? Por que será que não se aprende que é possível recomeçar e construir um mundo novo dentro de cada um? Não é muito difícil assumir uma nova postura desvencilhando-se de erros e buscando uma vida de acertos. Vamos mudar, vamos fazer um pacto hoje mesmo. Agora. Não vamos deixar mais que o vício se intrometa em nossos caminhos e mude o rumo dos nossos melhores objetivos. Não vamos admitir que o álcool continue sendo a arma que tem sido em nossas mãos contra tudo e contra todos. Esse vício por ser uma droga social, está entre os males de maior relevância em todos os países do mundo. Estatísticas informam que 90% das pessoas que o ingerem são escravas dele de alguma forma. É um vício atrevido que normalmente acontece na adolescência quando o jovem engole esse verdadeiro veneno para desinibir-se e enfrentar situações que normalmente o acanha. A partir daí não consegue mais dar fim nessa inconveniência, partindo de bebedor ocasional para consumidor habitual. O álcool, segundo pesquisas, provoca infiltração de gorduras no fígado, podendo gerar consequências irreparáveis como a hepatite alcoólica e a cirrose hepática. Esta, muito mais grave ainda. Mas não é somente esse o único dos males socialmente aceitos. Outro vício não menos prejudicial é o cigarro. Abster-se desse vício é uma necessidade urgente de todos os praticantes. Segundo noticiários oficiais o cigarro pode causar cerca de 50 diferentes doenças, especialmente problemas ligados ao coração e à circulação. A fumaça do cigarro, segundo especialista é absorvida por combustão, o que aumenta ainda mais os males da sua composição. Dizem os entendidos que a cada tragada milhares de substâncias tóxicas são inaladas. É preciso que os praticantes desse vício sejam determinados em abster-se desse mal provocador de tanta destruição orgânica em si e até mesmo nas pessoas de sua família. Se o próprio fabricante informa que fumar é prejudicial à saúde, precisa dizer mais? O consumo de cigarro é um dos maiores mercados do mundo comandando legiões de compradores leais e com um crescimento estrondoso. Os fabricantes orgulham-se dos lucros mirabolantes. O único problema que têm tido é que seus melhores clientes morrem um a um todos os minutos, por isso buscam ininterruptamente novos parceiros. Há tempos atrás li uma reportagem dizendo que a minissérie Presença de Anita, chamou a atenção aos vários cigarros consumidos pela protagonista de apenas 18 anos. A representação foi tamanha, ao ponto da própria atriz tornar-se dependente. Os anúncios felizmente proibidos pela legislação brasileira ostentam jovens de corpo atlético, saudáveis e cheios de juventude, divertindo-se em praias e quadras esportivas. Esses são os chamativos para os novos adeptos. Alguns anúncios são até mais arrojados colocando pessoas no lombo de pangarés belíssimos ostentando habilidade de poder e domínio. Que isso possa ficar no passado. Não nos basta isso, outros males ainda um tanto piores têm acometido a juventude brasileira na busca de realidade que não existe. Drogas em todas as formas têm sacrificado sem piedade aqueles que as têm utilizado na busca de sonhos cada vez mais distantes e impossíveis de serem desfrutados. É tempo de mudar para melhor. O momento é agora. Vamos aproveitar qualquer oportunidade de mudança. Vamos procurar entender melhor nossos pais, ouvindo seus conselhos e seus apelos. Nossos pais nos amam porque somos filhos seus. Fato incontestável. Nos momentos de glória isso pode nos parecer sem importância, mas nas ocasiões de risco e ameaças nos oferecem segurança e a certeza do caminho certo que não se encontraria em qualquer outro lugar.

Numa outra “encadernação”

Numa outra “encadernação”, que não sonho quando possa acontecer, torço para que tudo seja diferente. Pelo menos comigo. Quero ter o prazer de dirigir uma cidade do meu jeito. E como quero. Vou fazer as coisas da forma que acho coerente para todo mundo. Minha cidade será um exemplo. Uma nova concepção de vida e respeito com todos os munícipes. Na minha gestão o funcionalismo público terá que ser público mesmo, senão expurgo para o setor privado. Terá que produzir para a população ganhando salários compatíveis como a maioria do povo que trabalha de verdade, mas sem aquela de que enquanto um trabalha três fiscalizam. Os quatro fiscalizam e os quatro trabalham. Também não vou aceitar de forma alguma que grupos privilegiados ajam de forma também privilegiada. Exploração no meu governo, jamais. Na minha cidade as pessoas que tiverem mais de 60 anos terão oportunidades ímpares de manter a dignidade trabalhando. Ao invés de dar empregos para pessoas que não possuem comprometimento com a sociedade, vou privilegiar quem o próprio mercado de trabalho excluiu de forma inadequada e injusta. Os novatos que pouco se interessam pelo trabalho que vão plantar batatas. Eu falo desses que no trabalho só vivem perguntando de suas férias e de licenças- saúdes programadas. Pois então, os sessentões terão direitos de trabalho na minha cidade. Divido a cidade em diversos setores e darei aos sexagenários o direito de perceberem um salário mensal produzindo. Com certeza, vou dar emprego à maioria deles. Assim que o número de oportunidades for reduzindo aplicarei um sistema de rodízio. Após um ano de labor eles terão que abdicar em favor de outros, mas voltarão para casa com 13 salários na algibeira. Depois voltam em rodízio se assim quiserem e tiverem oportunidade. Com isso o custeio de suas necessidades primárias não dependerá de outras pessoas como a realidade nos tem mostrado. Suas necessidades básicas de saúde seriam aliviadas. Você deve estar imaginando como eu legalizaria isso não é? Pois é, isso seria problema de uma área jurídica e não meu. Eu iria devolver ao idoso a dignidade ‘roubada’ pelos donos do dinheiro, sejam públicos ou privados. E tem mais, todas as empresas da minha cidade que contratassem pessoas nessa idade previamente cadastradas teriam direito a descontos no IPTU, no ISSQN ou coisa parecida. Na minha gestão o idoso não seria considerado um estorvo, do contrário, seria um trabalhador tanto quanto os demais, produzindo riquezas com a sabedoria adquirida ao longo de sua vida. Faria valer aqui respeito idêntico ao que o cidadão nessa faixa de idade tem em países do oriente. Lá não é desperdiçada a experiência e sabedoria. Raramente as pessoas que dirigem a coisa pública têm a sensibilidade de entender coisas básicas, seja por falta de informação ou tino administrativo mesmo. Alguns idosos não tiveram o direito a estudos, abstiveram-se de planos de aposentadoria que lhes resguardassem o futuro, por isso, continuam mendigando assistência médica o tempo todo e sendo maltratados pelo sistema. No que eu iria ocupá-los? Ah sim... Muito fácil. Ajudariam no embelezamento de praças e canteiros de avenidas que mais parecem invernadas sem as flores do campo. Irrigariam plantas existentes em enormes jardineiras postadas ao longo das ruas que pedem pelo amor de Deus que lhe deem água. Plantas que só bebem esse líquido precioso em dias de chuva ou em programadas inaugurações. Limpariam calçadas. Fariam serviços de limpeza onde a imundície reclama isso. Desentupiriam esses bueiros algozes entupidos por lixo durante os contratempos climáticos. Ah! Mais uma coisa. Na minha gestão seria sorteada e presenteada uma casa por bairro que mantivesse sua frente com impecável limpeza. Naquele mês, essa residência receberia como prêmio em dinheiro o mesmo valor de sua contribuição mensal do IPTU. Eu sonho com cidade limpa e creio que você também. Claro que a minha cidade te pareceu cômica, mas tenho certeza que você ficou com uma vontade doida de conhecê-la, porque ela é muito melhor que a sua.

É preciso acreditar sempre

A esperança é um estado de graça que todas as pessoas devem alimentar. Acreditar que amanhã será um dia melhor que hoje nos faz sentir rejuvenescido e mais corajoso, acreditando até mesmo em coisas inacreditáveis e impossíveis. A magia do amanhã é o fato dele nos trazer novamente aquilo que parecia estar perdido nos corações e no tempo. Todo mundo sabe que milagres existem, de formas diferentes para cada um, mas existem. Eles são frutos de um estado sublime da alma. É preciso, claro, que colaboremos para que todo espaço vazio possa ser ocupado de alegria e esperança. Que os males a que estamos sujeitos não encontrem nenhuma forma de alojamento. Apesar dos obstáculos do dia a dia, dos tropeços e desencontros, das dificuldades e das portas lacradas pela inveja e indiferença é preciso manter essa esperança que vive dentro de cada um de nós. A esperança destrava todo processo de truncamento de nossos sonhos, abre as portas dos corações esquecidos e marcados pelo desalento. Nunca desista de buscar aquilo que te conforta e te faz bem, porque os nossos sonhos têm exatamente o nosso tamanho. Desnude-se de qualquer passado que não tenha sido dos melhores, viva uma realidade nova e repleta de expectativas. Exorcize velhos preconceitos que de uma forma ou de outra penetraram em sua vida ocupando o espaço onde só a luz tem o direito de permanecer. Não podemos esmorecer e nem deixar que a angústia e a tristeza se apoderem dos nossos sentimentos. Não será porque o calendário mudou o dia que as coisas amanhecerão diferentes. Quem não tinha a felicidade por perto pode não tê-la de imediato, num passe de mágica, mas se buscá-la ela virá. É preciso de luta. Quem tinha a ganância debaixo de suas asas também não será portador da caridade de uma hora para outra, se para isso não se propuser a doar-se. Precisamos saber entender que hoje é o ontem repetido e amanhã nada mais será que a repetição do hoje. Nossos dias serão cada vez melhores se dispusermos que assim eles o sejam. Nossa esperança será sempre a bússola para nossos caminhos. Jamais será a última a morrer, será sim, aquela que nos sustentará e que não vai morrer nunca. Deverá permanecer eternamente viva dentro de cada um de nós por todos os dias. Toda e qualquer atitude responsável na direção da esperança converterá sonhos em metas e metas em ação, sendo sempre bem vindas porque potencializarão nossa saúde mental. Alguns especialistas em geriatria até ressaltam a inclusão que a boa vaidade disfarçada de esperança tem sido grande aliada no combate a doenças comuns em pessoas de mais idade, aumenta a autoestima com bastante segurança e determinação. Por isso pessoas idosas são favorecidas nas manifestações depressivas causadas pela sensação de exclusão e pela perda de identidade com suas formas físicas. A vaidade e o consequente aumento da autoestima são fatores determinantes para a melhora de pacientes, explicam eles. Especialistas da área psicológica não discordam e acrescentam que a busca do idoso pela melhor aparência é bem vinda e merece valorização por parte das pessoas de seus convívios. “Todos os dias Deus nos dá um momento em que é possível mudar tudo que nos deixa infelizes. O instante mágico é o momento em que um ‘sim’ ou um ‘não’ pode mudar a nossa existência. O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza dos sonhos”. Uma pessoa que sempre acredita acaba por deixar que coisas novas aconteçam e acaba por assumir possibilidades jamais sonhadas. Tenha esperança sempre. “Uma criatura pode viver quarenta dias sem alimento, três dias sem água, oito minutos sem ar, mas nenhum segundo sem esperanças”. Tenha esperança sempre.