terça-feira, maio 21, 2013

A melhor resposta

Sempre quando ouço as pessoas dialogarem ou discutirem determinados assuntos, percebo consequências interessantes. Observo a ordem das respostas e chego à conclusão que, das cinco respostas dadas por elas a última me pareceu a melhor. A primeira resposta que damos quando discutimos os mais diversos assuntos é a pior, tenha certeza disso. Não dá tempo de refletir. Falamos exatamente o que não deveríamos ter dito. E na maioria das vezes nos arrependemos depois. É uma pena que isso aconteça, embora não raramente acontece. A segunda resposta, infelizmente, também não tem sido a correta. Traz resquícios de imaturidade e não é a melhor. Vem recheada de arrogância e infantilidade desnecessárias. A terceira resposta tem nos parecido mais razoável. É despida de maldade e tem recheios de coerência. Das três, sem dúvida, é a mais louvável. A quarta resposta é mais salutar que todas as três primeiras. Essa tem sabedoria e é escassa de orgulho, de insatisfação, de superioridade e de desrespeito. Mas, por incrível que pareça a quinta é ainda a melhor de todas. Nessa você não erra, não ofende, não deprecia, não ignora, não desacata, não aborrece, não menospreza e não insulta. Essa resposta tem ausência de palavras. É dada com gesto de boca fechada. Nessa você não fala, você se cala, mas é a única que você diz muito. Ela dá lição de humildade e de respeito. É essa a resposta que muitas vezes o amigo espera. É nessa resposta que tudo fica mais claro. As melhores soluções são aquelas que saem em silêncio do nosso coração e aquece com ternura o coração dos que realmente precisam de acalentos. O vocabulário de quem ama é pequeno e muito restrito porque sua melhor expressão é o silêncio. Um dos grandes aprendizados na vida das pessoas é quando ela percebe que um novo passo precisa ser dado para frente ou para trás, dependendo da ocasião. Avançar ou recuar são atitudes dignas. Calar ou falar, na hora certa, são atitudes santas. Martin Luther King (1929-1968) foi um pastor protestante e ativista político estadunidense que se tornou um dos mais importantes líderes do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos e no mundo. Numa campanha de não violência e de amor ao próximo disse ele um dia: “no final não nos lembraremos das palavras dos nossos inimigos, mas do silêncio dos nossos amigos”. Creio que deva ter dito que o silêncio dos amigos foi fundamental para que compreendesse a certeza de sua luta. Não menos importante e implacável foi a célebre frase de Albert Einstein: “Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio – e eis que a verdade se me revela”.

2 comentários:

Unknown disse...

Só a experiência pra nos dar a melhor resposta! um grande abraço professor!

Anônimo disse...

Boa Tarde Professor Manuel, comecei a ler alguns artigos seus e agora percebi a riqueza de cada um deles, estou fazendo MBA na FGV e na última aula tive uma experiência bem legal com um professor que provoca aos alunos a pensarem de forma bem diferente e a ver as coisas como um todo e lendo alguns artigos do senhor me despertou e provocou a mesma sensação de pensar melhor sobre cada assunto postado.
Um grande abraço...
Fagner Francisco N Silva