terça-feira, junho 03, 2014
Onde estávamos desde 1990
Bem, nos últimos vinte e poucos anos eu não posso dizer com precisão onde eu estava, mas imagino estar em lugares saudáveis. A memória não me permite dizer exatamente onde. Mas, com certeza, eu estive trabalhando. Eu posso explicar, com muita segurança, onde eu não estive. Não estive puxando o saco de nenhum político, isso não faz meu gênero, porque aqueles em que eu ainda acredito não precisam disso. Seus atos são suficientes para explicar onde estão e o que fazem. Eu não estive de 1998 a 2008 participando da máfia dos fiscais na câmara dos vereadores e servidores públicos de São Paulo, onde foi extorquida a bagatela de 18 milhões de reais dos cofres públicos. Para você ter uma ideia do valor ele corresponde a 720 carros de 25 mil reais cada. Também não estive participando do caso mensalão que surrupiou, em 2005, o valor equivalente a 55 milhões de reais (2.200 carros) na Câmara Federal. Não participei do rombo que as prefeituras e o Congresso Nacional fizeram em 2006 quando superfaturaram ambulâncias em até 260% fazendo com que o povo fosse roubado em 140 milhões de reais (5.600 carros). No caso Sudam, de 1998 e 1999 também não estive presente quando o Senado Federal e a União surrupiaram 214 milhões de reais (8.560 carros) com desvios aplicados com falsos documentos fiscais e contratos de bens e serviços. Eu não estive também presente em 2007 quando prefeituras, deputados e pessoas ligadas ao Ministério das Minas e Energia assaltaram os trabalhadores brasileiros em 610 milhões de reais (24.400 carros). Também não presenciei de 1989 a 1992 o caso dos anões do orçamento quando deputados roubaram 800 milhões de reais (32.000 carros) dos míseros viventes do chão brasileiro. Também não fui integrante e nem seria pelos meus princípios, do assalto de 923 milhões de reais (36.920 carros) no TRT de São Paulo de 1992 a 1999. Não fui participante do roubo de 1 bilhão e 800 milhões (72.000 carros), em 1999 no Banco Central e nem fugi para a Itália pensando que pudesse me safar dessa jogada. Não tive nenhuma participação no caso dos vampiros da saúde, de 1990 a 2004, quando assaltaram o Ministério da Saúde em 2 bilhões e 400 milhões de reais (96.000 carros) fraudando licitações. Não fui participante do assalto ao Banestado no Paraná de 1996 a 2000 quando usurparam 42 bilhões de reais (1.680.000 carros) remetendo dinheiro do povo brasileiro para contas particulares no exterior. Não fui integrante do assalto em 2009, quando um relatório de auditoria constatou que a Petrobrás contratou fretes com navios particulares usando formalidade verbal, sem documentos, no valor de 278 milhões de reais (11.120 carros). Bem, já dá para perceber que não estive em muitas ocasiões inescrupulosas executadas pelos mandantes dos poderes constituídos deste país. Imagine leitor se todo esse dinheiro tivesse sido aplicado na saúde e educação como os próprios políticos dizem que é preciso quando são candidatos. Você tem observado nas redes televisivas o que sofre o nosso povo em corredores de hospitais nojentos. Deve também ter observado como anda a educação deste país, com professores despreparados e mal pagos. Crianças frequentando escolas por causa da mísera comida que ali servem. Ah, não falei dos crápulas que desviam verbas da educação e da merenda escolar para obras onde facilmente monopolizam licitações. Portanto, ratifico que estive trabalhando em todos esses anos naquilo que gosto e posso fazer de forma honesta. Durante esse tempo também viajei e pude conhecer cinco países europeus, que fazendo comparações entre nós e eles, senti vergonha, não da minha Pátria, mas do povo que faz parte dela. Infelizmente poucos têm a dignidade que a Pátria precisa.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário