terça-feira, julho 09, 2013

O encanto do abraço

As pessoas se relacionam umas com as outras todos os dias, mas não necessariamente se respeitam mutuamente. Muitas vezes se magoam até em troca de nada. Tem gente que se delicia com os tropeços alheios parecendo até que tem imunidade de azares. Isso não é humano, mas é o que se tem visto. Uma palavra amiga não raramente ajuda mais que um medicamento aviado numa receita médica. É tão comum hoje em dia, pessoas debocharem dos outros que até já colocaram o apelido nisso de bulling. O novo Código Civil em vigência desde 11 de janeiro de 2003 trouxe várias mudanças para a sociedade brasileira e é muito claro em suas redações. Quando você provoca um dano material às pessoas e estas alegarem terem sido prejudicadas em decorrência de suas ações ou omissões, a lei garante o direito dos ofendidos serem ressarcidos. Outra novidade também nessa legislação foi a introdução da ofensa por dano moral ou extrapatrimonial presumíveis, não necessitando de comprovação. São os danos causados à pessoa física, mas não físicos ou consequentes de acidentes ou sinistros, são os que ofendem a honra, a moral, as crenças, o afeto, a etnia, a nacionalidade, a naturalidade, a liberdade, a profissão, o bem estar, o crédito ou o bom nome daquela pessoa. Esses danos podem ser provocados por ação ou omissão, podendo ser tanto culposos quanto dolosos. A primeira conduta (culposa) ocorre quando o causador do dano não deseja o resultado final, mas age com imprudência, imperícia ou negligência, como no caso de extravio, roubo ou furto de documentos. O dolo, por sua vez, se verifica nas situações em que o dano experimentado ou sofrido pela vítima foi desejado pelo seu autor, que age ou se omite intencionalmente para que o evento prejudicial aconteça. Quando a conduta é culposa ou dolosa ocasionando dano a alguém, fica o autor obrigado a proceder a indenização, responsabilizado-se pela conduta. Daí o nome ‘responsabilidade’, que para ser diferenciada de outros tipos de incumbências e por estar prevista nas normas do Direito Civil, é denominada de ‘responsabilidade civil’. Mas, eu queria aproveitar a oportunidade para tornar isso mais dócil, falando de um texto que o Alvacir me mandou, (um dos mais queridos amigos da minha infância, filho do senhor Felix). Esse amigo tinha uma canhotinha espetacular quando chutava em direção ao gol – raramente o arqueiro defendia. Vejamos o texto. A ideia desta mensagem é diminuir as possibilidades da pessoa que se imagina inferior, superar-se de forma gratificante. Nós podemos ajudar nisso, observe como não é difícil colaborar. “Minha amiga trabalha em um brechó de um hospital, como voluntária. Certo dia adentrou na loja uma senhora ‘obesa’, e de cara a minha amiga pensou que não tinha nada na loja na numeração dela. Sentiu-se apreensiva e constrangida naquela situação, vendo a senhora percorrer as araras em busca de algo que minha amiga sabia que ela não encontraria. Ficou angustiada, porque não queria que a senhora se sentisse mal pelo tamanho das peças de roupas, se sentindo excluída e fazendo questão do seu sobrepeso vir à tona de forma implícita. Naquele momento minha amiga orou e pediu que a sabedoria lhe impregnasse a alma para conduzir aquela situação evitando que sua cliente se sentisse excluída ou humilhada na sua autoestima. Foi quando o esperado aconteceu. A senhora se dirigiu à minha amiga e lhe disse tristinha: É.... não tem nada grande, não é? E a minha amiga, ainda confusa até aquele instante e sem saber o que diria, simplesmente abriu os braços de uma ponta a outra e lhe respondeu: - Quem disse??? Claro que tem!!! Olha só o tamanho deste abraço! – E a abraçou com muito carinho. A senhora então se entregou àquele abraço acolhedor e deixou-se tomar pelas lágrimas exclamando: ‘Há quanto tempo que ninguém me dava um abraço’. E chorando, tal qual uma criança a procura de um colo, lhe disse: ‘Não encontrei o que vim buscar, mas encontrei muito mais do que procurava’. E naquele momento, através dos braços calorosos de minha amiga, Deus afagou a alma daquela criatura, tão carente de amor e de carinho. Quantas almas não se encontram também tão necessitadas de um simples abraço, de uma palavra de carinho, de um gesto de amor! Será que dentro de nós, se procurarmos no nosso baú, lá nas prateleiras da nossa alma, no estoque do nosso coração, também não acharemos um abraço tão ‘grande’ que sirva para alguém?”

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