quarta-feira, agosto 07, 2013

O amigo que perdemos

A vida nos prega peças todos os dias. Não é só com pessoas comuns. Também com pessoas especiais. Desta feita levou o Tom Zé, o Viscardi, como queiram. A verdade é que levou um ser humano incrível, uma criatura ímpar. Um coração muito especial para com todos e não apenas com seus amigos. Se amigo é coisa de se guardar do lado esquerdo do peito como disse o poeta, este será guardado. Mas, uma coisa que me chamou a atenção, e já esperávamos por isso, foi ver outro grande amigo, quieto, postado numa cadeira no velório, cabisbaixo, com certeza analisando o tamanho da ausência. De agora em diante, uma singela mesa no Tak bar, bem à beira da porta, vai faltar um importante ser humano. Até me lembrei da linda melodia do Sérgio Bittencourt que diz: “naquela mesa tá faltando ele e a saudade dele vai doer em nós”. O Toninho, assim como sua esposa e minha ilustríssima amiga o chama, sentiu muito o passamento do amigo, como de muitos outros que já passaram. Eu tinha certeza que o encontraria naquele lugar quando fui ao velório. Tinha absoluta convicção que o Dr. Antônio Fontes estaria naquele pedaço de espaço. Eram amicíssimos. O Toninho não iria abandonar o amigo que partia naquele instante, de forma alguma. Quando encontro o Dr. Fontes na rua e ele com a educação que Deus lhe deu e que ele multiplicou, faz-me referência como se fossemos conhecidos desde a infância. Pena que isso não aconteceu. Se assim o fosse eu teria aprendido mais. Nem parece que ele tenha exercido um cargo tão importante na sociedade brasileira como exerceu, de forma simples e justa. É muito simples o Toninho. Quem o conhece sabe do que estou falando. Por falar de amigos lembrei-me de uma manchete que li dias atrás e dizia que, especificamente na Argentina, foi criada a data comemorativa do dia da amizade pelo médico Enrique Ernesto Febbaro. Essa data é comemorada no dia 20 de julho, dia da chegada do homem à lua em 1969. Ele enviou cerca de quatro mil cartas para diversos países e idiomas com o objetivo de instituir o Dia do Amigo. Febbaro considerava a chegada do homem à lua “um feito que demonstra que se o homem se unir com seus semelhantes, não há objetivos impossíveis”. Mas isso é apenas um destaque da importância da data, quero mesmo é destacar a amizade do Toninho e do Viscardi, agora, um de cada lado da vida. Com certeza, nem mesmo essa distância vai conseguir apagar os laços de respeito e de amizade que os dois tiveram a graça e a honra de desfrutar. manuel-ruiz@uol.com.br

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