segunda-feira, novembro 04, 2013

Esse não é o meu mundo

Quando as pessoas chegam ao mundo abastecem de felicidade seus lares. Os pais são os que mais se alegram com a nossa chegada. Nossos irmãos que chegaram antes também ficam felizes. Por muito tempo o encanto de nossa vinda fica impregnado em todos da nossa família. É muita alegria. Nosso primeiro, segundo e terceiro aninho são festas inesquecíveis. A cada dia somado em nossas vidas vamos amadurecendo em todos os sentidos. Mas ainda é cedo para sabermos quem somos e a que viemos. Tudo vai acontecendo a nossa volta, coisas boas e coisas ruins. Muitas pessoas vão se achegando ao nosso convívio e trazendo com elas experiências inigualáveis tanto para elas quanto para nós. Aos poucos nossa consciência vai amadurecendo e a partir daí os nossos julgamentos começam a fluir cada vez mais intensos. Começamos a perceber que a justiça não é tão justa como se apregoa. Que a riqueza tem conceitos muito diferentes para cada uma das pessoas do nosso meio. Percebemos que cada um sonha sonhos diferentes. Constatamos que o volume de bens produzidos por todos não é igualitariamente distribuído. A uns a ‘sorte’ parece ser mais amiga, a outros nem tanto. A certeza que tenho é que as pessoas se preocupam de tal maneira que, quando forem daqui embora, levarão todos os seus pertences. Ledo engano. Essas pessoas não chegaram à conclusão que todos os bens, sejam eles produzidos ou naturais apenas trocam de mãos. O que era de uma família passa a ser de outra. Imagine você que há duzentos anos todos os bens deste mundo pertenciam a pessoas diferentes, a famílias nada parecidas com as de hoje. Por melhor que possa ser a cada criatura não lhe é permitido levar nada, nem mesmo o que ela propriamente produziu. Os pecados são os únicos componentes dos alforjes. Esses sim irão amontoados as suas últimas vestes. Ninguém habita eternamente nesta casa, muito menos nesta rua. Um a um, chegará e sairá, não tenho dúvida disso. Alguns, nem tempo lhes serão oferecidos para distribuir suas riquezas antes de partirem. O meu mundo tem encantos que este mundo não tem. Nele a tristeza não mata. O preconceito não vive e a fome não existe. Ultimamente temos observado que as pessoas se preocupam com a vida dos animais que servem às pesquisas para melhorar a qualidade de vida do próprio homem, mas não se importam em adentrar restaurantes e saborear ‘deliciosos’ cortes de ovelha, de frango, de suíno ou bovino que foram simplesmente sacrificados sem chances nenhuma de sobrevivência. Nenhum ativista invade todo tipo de laboratório para levar camundongos para casa e os livrar da inconveniência dos testes. Não só animais, mas também as plantas, seres vivos do reino vegetal, nos abastecem de oxigênio e morrem queimadas ou de sede, porque ninguém tem plena consciência de seus benefícios. Neste abençoado solo a fumaça cancerígena é produzida para fabricar coisas inúteis, poluindo o planeta, ainda que poucos se importem. Aliás, isso acontece porque o homem tem muito pouco daquilo que a educação tem feito dele. Este não é o meu mundo porque ele tem pouco de mim. Discordo muito dos seus revezes. Alguém, aproximadamente há dois mil anos disse à tirania daquele tempo frase parecida: ”Meu reino não é deste mundo”. Perdoe-me Ele por usá-la neste texto, porque Seu teor é santo, e o meu meramente humano. Os homens, pela sua própria essência são próximos uns dos outros, quem os afasta, infelizmente é a educação que praticam. A cada dia mais me sinto desolado lendo manchetes desastrosas e desumanas praticadas por gente do meu tempo, por isso, decididamente percebo, que este não é o meu mundo. O meu é muito mais humano e encantado.

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