quinta-feira, março 20, 2014

Palavras que exalam perfumes

São poucas, mas valiosíssimas. A gente sempre espera que as pessoas as digam com frequência, mas isso pouco acontece. Grande parte da sociedade contemporânea pouco se lembra delas e outra parte nem aprendeu. A juventude continua carente de todas, são poucos os jovens e adolescentes que as pronunciam no dia a dia. Muito obrigado, por gentileza, me dê licença, por favor, são binômios e trinômios perfumados pouco ouvidos nos últimos tempos, lamentavelmente. A sociedade de forma geral perdeu os bons costumes pela forma que vive. Dificilmente os pais têm percebido o pouco de educação que têm passado aos filhos nesse sentido. Na maioria das vezes os pais têm deixado esse ensinamento para as escolas e as finalidades desta é alfabetizar e profissionalizar. A educação propriamente dita precisa ser praticada pela família. Se os adultos deixaram de praticar esses hábitos imagina você o que será dos filhos. É muito mais fácil passar às crianças o ensinamento da ‘lei da vantagem’ do que perder tempo para ensiná-las. Os pais pouco percebem que mais preparam os filhos para se defenderem e atacarem na medida do que forem atacados. De forma geral a reação das crianças hoje é muito mais agressiva do que pacífica. Aprendem facilmente as manhas da ofensa e agridem como se os semelhantes fossem bonecos de guerra, gerados pelos brinquedos da indústria ‘videogameana’. Dar seu lugar a um idoso no ônibus, nem pensar... Por que ele não chegou primeiro? Agradecer um favor recebido, para que? Se ninguém o faz eu também não sou obrigado a fazê-lo. Essa é a tônica que enfrentamos todos os dias. As escolas tentam repassar aos seus alunos os bons costumes, mas não é essa a sua tarefa. A educação é responsabilidade dos pais. Fico feliz quando vejo uma criança encaminhada às igrejas em busca de religiosidade. Se quisermos amanhã uma sociedade madura é nossa responsabilidade fazer com que isso aconteça. Um dia, não me recordo quando, meu vizinho me liga dizendo que tinha uma criança destruindo algumas flores que eu havia plantado no lado de fora da minha residência. Saí na frente da casa e realmente um menino de uns 10 anos, mais ou menos, enquanto conversava com um coleguinha, destruía algumas plantas exposta do lado de fora do muro. Cheguei perto e disse: Tudo bem? Posso te dizer uma coisa? Sim, respondeu ele. Você sabia que eu plantei essas flores aí para enfeitar o caminho das pessoas que passam? Para que quando todos aqui passassem tivessem um ambiente mais alegre. Você acha correto arrancar as plantas? Educadamente ele respondeu: Não senhor. Saiu lentamente e com o coraçãozinho entristecido, foi o que eu percebi. Para minha surpresa, 30 minutos mais tarde aparece o menino com uma planta na mão para que eu colocasse no lugar daquela que ele havia arrancado. Mais que depressa eu o agradeci e pedi a ele que me ajudasse a plantá-la. Plantamos juntos. Pena que não guardei o nome dessa criança. Pelo tempo que faz, deve estar moço hoje, mas com certeza deve ter sido um orgulho dos pais que infelizmente não conheci.

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