sábado, setembro 07, 2013

Numa outra “encadernação”

Numa outra “encadernação”, que não sonho quando possa acontecer, torço para que tudo seja diferente. Pelo menos comigo. Quero ter o prazer de dirigir uma cidade do meu jeito. E como quero. Vou fazer as coisas da forma que acho coerente para todo mundo. Minha cidade será um exemplo. Uma nova concepção de vida e respeito com todos os munícipes. Na minha gestão o funcionalismo público terá que ser público mesmo, senão expurgo para o setor privado. Terá que produzir para a população ganhando salários compatíveis como a maioria do povo que trabalha de verdade, mas sem aquela de que enquanto um trabalha três fiscalizam. Os quatro fiscalizam e os quatro trabalham. Também não vou aceitar de forma alguma que grupos privilegiados ajam de forma também privilegiada. Exploração no meu governo, jamais. Na minha cidade as pessoas que tiverem mais de 60 anos terão oportunidades ímpares de manter a dignidade trabalhando. Ao invés de dar empregos para pessoas que não possuem comprometimento com a sociedade, vou privilegiar quem o próprio mercado de trabalho excluiu de forma inadequada e injusta. Os novatos que pouco se interessam pelo trabalho que vão plantar batatas. Eu falo desses que no trabalho só vivem perguntando de suas férias e de licenças- saúdes programadas. Pois então, os sessentões terão direitos de trabalho na minha cidade. Divido a cidade em diversos setores e darei aos sexagenários o direito de perceberem um salário mensal produzindo. Com certeza, vou dar emprego à maioria deles. Assim que o número de oportunidades for reduzindo aplicarei um sistema de rodízio. Após um ano de labor eles terão que abdicar em favor de outros, mas voltarão para casa com 13 salários na algibeira. Depois voltam em rodízio se assim quiserem e tiverem oportunidade. Com isso o custeio de suas necessidades primárias não dependerá de outras pessoas como a realidade nos tem mostrado. Suas necessidades básicas de saúde seriam aliviadas. Você deve estar imaginando como eu legalizaria isso não é? Pois é, isso seria problema de uma área jurídica e não meu. Eu iria devolver ao idoso a dignidade ‘roubada’ pelos donos do dinheiro, sejam públicos ou privados. E tem mais, todas as empresas da minha cidade que contratassem pessoas nessa idade previamente cadastradas teriam direito a descontos no IPTU, no ISSQN ou coisa parecida. Na minha gestão o idoso não seria considerado um estorvo, do contrário, seria um trabalhador tanto quanto os demais, produzindo riquezas com a sabedoria adquirida ao longo de sua vida. Faria valer aqui respeito idêntico ao que o cidadão nessa faixa de idade tem em países do oriente. Lá não é desperdiçada a experiência e sabedoria. Raramente as pessoas que dirigem a coisa pública têm a sensibilidade de entender coisas básicas, seja por falta de informação ou tino administrativo mesmo. Alguns idosos não tiveram o direito a estudos, abstiveram-se de planos de aposentadoria que lhes resguardassem o futuro, por isso, continuam mendigando assistência médica o tempo todo e sendo maltratados pelo sistema. No que eu iria ocupá-los? Ah sim... Muito fácil. Ajudariam no embelezamento de praças e canteiros de avenidas que mais parecem invernadas sem as flores do campo. Irrigariam plantas existentes em enormes jardineiras postadas ao longo das ruas que pedem pelo amor de Deus que lhe deem água. Plantas que só bebem esse líquido precioso em dias de chuva ou em programadas inaugurações. Limpariam calçadas. Fariam serviços de limpeza onde a imundície reclama isso. Desentupiriam esses bueiros algozes entupidos por lixo durante os contratempos climáticos. Ah! Mais uma coisa. Na minha gestão seria sorteada e presenteada uma casa por bairro que mantivesse sua frente com impecável limpeza. Naquele mês, essa residência receberia como prêmio em dinheiro o mesmo valor de sua contribuição mensal do IPTU. Eu sonho com cidade limpa e creio que você também. Claro que a minha cidade te pareceu cômica, mas tenho certeza que você ficou com uma vontade doida de conhecê-la, porque ela é muito melhor que a sua.

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