domingo, setembro 08, 2013

Civismo à beira da morte

Quanta saudade me dá dos tempos em que o civismo estava impregnado nas crianças, nos jovens, nos adultos e naqueles que o tempo havia embranquecidos os cabelos. Que tristeza eu sinto de não ver desfilando nas ruas da cidade as brilhantes fanfarras disputando o alegre espaço com as pessoas. Creio que em algumas cidades isso ainda existe. Algumas fanfarras desfilavam com meninas lindamente vestidas com o bastão todo dourado entrelaçado nos dedos, transportado de uma das mãos para outra, com uma habilidade circense. Recebiam aplausos de todo mundo, a cada pedaço de chão caminhado lá vinham as palmas novamente, principalmente de sua família que se postava num lugar estratégico para uma seção de fotos e filmagens. As crianças das escolas públicas e particulares desfilavam ao som das cornetas e dos zabumbas que batiam no mesmo compasso do coração de cada um. Isso eram os festejos e a comemoração da tão grande sonhada liberdade obtida em 7 de setembro de l.822. A Independência do Brasil é um dos fatos históricos mais importantes de nosso país, pois marca o fim do domínio português e a conquista da autonomia política. Muitas tentativas anteriores ocorreram e muitas pessoas morreram na luta por este ideal. Tiradentes foi executado pela coroa portuguesa por defender a liberdade de nosso país, durante o processo da Inconfidência Mineira. Foi nesse dia que quebramos as correntes que tanto nos prendeu e nos machucou. Sabemos que a independência econômica ficou para depois, mas será uma questão de tempo. Ninguém se lembra mais disso? Por onde anda a memória de nossa gente? Onde estão os protagonizadores dos atos cívicos? Onde estão os dirigentes de escolas que tinham o dever cívico de incutir nas crianças o amor e a dedicação à Pátria? Onde estarão os mandantes de toda ordem neste dia em que as escolas deveriam realizar festejos em praça pública? Divertindo em particularidades? Comendo peixe frito em pesque-pagues da vida? Ah... Que pena que todos perderam a sensibilidade cívica. Abandonaram esse ritual digno por causa dos parcos salários? Isso não é motivo. Civilidade se pratica de graça e sem interesse econômico. Civilidade é o coração falando e não o cérebro fazendo contas de lucro ou prejuízo. Onde está toda a classe política que tem obrigação de incentivar e de criar condições econômicas e logísticas para que isso aconteça? Em que lugar da cidade está a banda apresentando o Hino Nacional com bandeiras hasteadas balançando ao vento ao som do instrumental? Os grandes personagens que fizeram deste país um lugar livre devem estar virados de bruços em suas lápides de vergonha pelos sucessores de sua Pátria agirem de forma tão escabrosa e sem nenhum esmero cívico. É uma vergonha mesmo. Neste dia tão significativo para todos os brasileiros lermos nas páginas deste informativo que “a programação cívica alusiva a 7 de setembro a gente fica devendo. É que não vai ter nada mesmo”. Imagino eu, que o patriotismo tão acirrado pelos brasileiros do passado, mudou-se para outro país. Não porque talvez lá possa ser melhor para se viver, acho que foi pura vergonha mesmo. Eu duvido que na maioria das escolas comentou-se com os alunos o Hino da Independência. Triste não? Observe o significado da primeira estrofe: ”Já podeis da Pátria filhos, (os filhos da Pátria podem), Ver contente a mãe gentil, (vê-la contente), Já raiou a liberdade (o País está livre de), No horizonte do Brasil (livre de Portugal)”.

Um comentário:

Anônimo disse...

Este artigo me fez lembrar da minha infância, onde minha escola preparava os alunos durante toda semana para estar indo ao desfile do dia 07 de setembro, durante toda semana, antes de entrar para a aula, escutavamos o Hino Nacional, que saudade, só ficou lembranças.