terça-feira, dezembro 24, 2013

Mandela - orgulho de todas as raças

Você já conheceu um anjo ao vivo? Eu nunca tive essa felicidade. Olhos que veem anjos são olhos especiais, isso só é graça de deuses e não são todos que possuem essa santa habilidade. Mas eu gostaria muito de poder vê-los. Mas a virtude perceptiva, às vezes, me dá o poder de reconhecer, mesmo não vendo esses seres espirituais que segundo algumas religiões servem de mensageiros divinos, esse ser cordato e bondoso que pratica atos de pura humanização. Esta semana um deles arregimentou seus pertences e partiu para o Olimpo, local onde moram outros anjos de mesma conduta. Claro que estamos falando do fenômeno da coragem e da fé, Rolihlahla Mandela. Um tesouro perdido como bem disse uma expressiva autoridade política dos Estados Unidos. Nascido no dia l8 de julho de 1918 em Cabo Oriental na África do Sul, apelidado de Nelson pelos ingleses. Fundador da Liga Jovem do Congresso Nacional Africano e processado em 1952 de acordo com a Lei da Supressão do Comunismo, do governo apartheid sul-africano. O apartheid na língua sul-africana significa ‘vidas separadas’, regime segregacionista que negava aos negros os direitos sociais, econômicos e políticos. Embora a maioria da população fosse constituída de negros, a segregação vinha se mantendo na África do Sul desde o século 17, época em que a região foi colonizada por ingleses e holandeses. O governo era controlado pelos brancos, que criavam leis e governavam apenas para seus interesses. Ainda estudante de Direito, Mandela começou sua luta contra o regime do apartheid. Em 1962 deixa seu país e recebe treinamento militar em Marrocos e na Etiópia. De volta a sua terra, África do Sul, foi preso e condenado a 5 anos por incitar revoltas. No cumprimento de sua sentença foi novamente acusado de conspiração e condenado à prisão perpétua. Dia 11 de fevereiro de 1990 foi libertado. Em 1993 ganhou o tão importante Prêmio Nobel da Paz. No ano de 1994 vota pela primeira vez na vida e toma posse como primeiro ministro negro da África do Sul. Em 2006 recebe o prêmio dos Direitos Humanos da Anistia Internacional. Nesta semana, aos 95 anos morre em Johannesburgo essa ímpar criatura que lutou contra os ingleses por toda sua vida pelos direitos negados ao povo da raça negra. Foi o anjo da guarda da comunidade negra. Mandela foi um guerreiro na luta pela liberdade e o representante principal do movimento antiapartheid, tornando-se um homem do povo e um líder político na melhor expressão da palavra, mas isso lhe dava também a pecha de terrorista pelo governo sul-africano. Quando ainda eu era menino, recordo-me com perfeição, a minha professora em sala de aula pediu para que eu fizesse uma narração. Naquela época eu pouco entendia sobre o que ia fazer, mas o tempo me ensinou seu verdadeiro significado. Narrar é o processo que resulta falar ou escrever uma história real ou fictícia. É um comentário que explica ou discerne imagens ou acontecimentos presentes em obra de natureza documentária ou de ficção. Pois então, ela colocou pendurado ao quadro negro uma folhinha bastante comovente em que um menino e uma menina, irmãozinhos, pés descalços, pelas trilhas da floresta, sem nenhuma companhia, propunham-se a atravessar uma frágil pinguela sobre um abismo com toda facilidade para cair. Mas não havia razões para temer porque eram protegidas por um anjo de beleza incomparável, de brancas e enormes asas. Com essas imagens em paredes de casa, os pais poderiam dormir tranquilos porque estava lá um Anjo da Guarda a proteger as crianças por todo o tempo. Pois é, foi exatamente isso que fez por toda sua vida Nelson Mandela com o seu admirável povo negro. Protegeu-os e os salvou das garras desumanizadas do preconceito. Que Deus o tenha.

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