domingo, agosto 03, 2014

7 a 1 – resultado compatível

Ninguém esperava por isso, nem os mais pessimistas. Não somos mais o país do futebol há muito tempo. Continuamos campeões, mas em outras áreas. O mundo todo cresceu no esporte. Nivelaram-se as seleções. Precisamos entender que perdemos a hegemonia futebolística há muito tempo. O esporte virou apenas um negócio de grandes valores com resultado repartido entre poucos. Há muito tempo o esporte brasileiro virou trampolim para cargos públicos, não no campo porque político nem pra isso presta, mas fora dele. Fiquem tranquilos. Nós ganhamos de 10 a 0 da maioria dos países do mundo contemporâneo. Ganhamos em falta de Educação, falta de saúde, falta de segurança, falta de moradia, excesso de assaltos, excesso de furtos, excesso de mortes no trânsito, excesso de licitações mentirosas, falta de ajuste salarial aos professores, falta de ajustes salariais à polícia, etc. Ainda mais, somos capazes de negociar carros roubados, retirar carteira nacional de habilitação sem passar por exames, assassinar pai e mãe para receber seguros de vida. Somos campeões de assaltos em semáforos, roubo de celulares, campeões de protestos por falta de pagamentos e por aí vai. Pena que a memória não me ajuda a lembrar em que mais somos campeões. Gostaria de saber onde está a preocupação com a qualidade de vida que estão passando as famílias que perderam suas casas pelas enchentes no sul do país. Qual a preocupação dos poderes constituídos com as consequências da enorme seca que assola a maioria das cidades brasileiras? Nosso país gastou 98% de verba pública para construção dos estádios para sediar essa vergonha. Nenhum outro país que sediou a copa cometeu esse crime. Você já imaginou o que ganharam as empreiteiras nessas negociatas? Já imaginou o financiamento que vão fazer nas próximas campanhas eleitorais para a corja de políticos desonestos? É uma vergonha. Este país já perde de 10 a 0 há muito tempo. Um cidadão decepcionado com o país que morava por causa do mau político selecionou frases que achou interessante. Diziam elas: “Político honesto é aquele que, depois de comprado, permanece comprado”. “Devia existir uma lei que obrigasse político e família de político a só estudar em escola pública e só se tratar em hospital público. Com certeza, tudo seria uma maravilha logo”. “Políticos e fraldas têm uma coisa em comum: precisam ser trocados regularmente e pela mesma razão”. “Neste ano vamos votar nas mulheres que praticam a prostituição, porque votar nos filhos não resolveu”. “As pessoas nunca mentem tanto quanto depois de uma caçada, durante uma guerra, ou antes de uma eleição”. “O contribuinte é o único cidadão que trabalha para o governo sem ter de prestar concurso”. Essas frases bem reproduzem a situação que vivemos. É uma pena que tudo isso se tornou um circulo vicioso. A única arma que temos é o voto. Para tanto precisamos ser consciente, saber em quem votar e depois cobrar atitudes e seriedade. Sete a um, resultado compatível com a realidade que vivemos. Professor Manuel Ruiz Filho manuel-ruiz@uol.com.br

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