domingo, agosto 03, 2014

A ansiedade envenena o espírito

Esopo, um historiador grego que viveu no século VII, AC., num dia de inspiração única disse: “um pedaço de pão comido em paz é melhor do que um banquete comido com ansiedade”. Tinha absoluta razão. A ansiedade é um grande mal-estar físico e psíquico, que nos causa uma aflição e uma impaciência infinita. Normalmente caracterizada pela expectativa de algo que nos possa acontecer a qualquer momento sem que tenhamos oportunidade de fazer nossa própria defesa. As pessoas abatidas pela ansiedade ficam buscando caminhos que as possam transportar para mundos diferentes em busca de um sentido novo de vida. Pouco aceita estar consigo mesma, preferindo buscar horizontes desconhecidos onde a esperança lhe promete enganosa felicidade. Isso é morte em doses de homeopatia. Em situações dessa natureza as pessoas perdem a confiança em si mesma e transferindo aos outros a responsabilidade sobre si própria. A lógica diz que o problema que está dentro de nós não pode e não deve ser resolvido fora. É exercício inútil buscar soluções em outros lugares, de nada adianta fugir de nós mesmos. Para uma pessoa ansiosa e com angústia, um bosque florido assemelha-se a um precipício. A belíssima Las Vegas iluminada nada mais seria que um inferno cheio de luzes. Conta-se que uma vez uma mulher procurava na rua, frente sua casa, uma agulha que havia perdido. Toda vizinhança se propôs ajudá-la, até que uma de suas amigas lhe pergunta: em que lugar precisamente você a perdeu? – Ela respondeu: - Perdi dentro de casa, mas como aqui há mais claridade achei que teria mais chances de encontrá-la. As pessoas ansiosas perdem tempo procurando fora as soluções, ao invés de mergulharem dentro de si mesmas. É aí que o problema se torna maior. Não percebem que no silêncio de seus corações é que se encontra a felicidade perdida. O ser humano olha por todos os seus redores limitando-se a visitar seu ego. É preciso saber entender o que fazemos neste planeta. Saber de fato quem somos nós. Mais precisamente, quem sou eu. Enquanto essa resposta não ficar clara de nada vai adiantar programar viagens pelo mundo colorido das coisas. Seja lúcido e forte, resista a toda e qualquer tentativa de buscar fora de você a felicidade que mora dentro do seu peito. Quando te parecer não ter mais o que tinhas, seja paciente. Em suas viagens de buscas, coloque em primeiro lugar a felicidade dentro de suas bagagens. O mundo que você procura é você mesmo, não insista buscá-lo em outra parte. A ansiedade não dissolve o sofrimento do vazio que possamos ter amanhã, mas diminui toda força que hoje podemos ter. Professor Manuel Ruiz Filho manuel-ruiz@uol.com.br

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